Farta de resultados em que o resto é zero.

No meio de contas matemáticas e os olhos cansados de tentar estudar arranjo um tempo para lembrar-te e lembrar-me de um nós : queimado como a ponta de um cigarro e bastante apetecível como a última passa que travo. Tentei guardar para mim o que sentia, sensações que naquele quarto sempre ficaram tal como o cheiro de quando fumávamos juntos que se entranhava nas cortinas e parecia ficar ali por tempo indeterminado. Perguntei-me se era um sonho já que não acreditei logo no primeiro beijo, veio o segundo, outro e mais outro e caí em mim. (Felizmente) Era realidade.
Durante muitos dias demos as mãos e fomos passear à praia, ao fim da tarde e ao fim da noite, sempre me trataste com a mesma intensidade, aquela que tu sabes, sim essa, perfeita. Quanto a isso não mudava nada, apenas parava o tempo, porque tu conseguiste parar em mim o que nunca ninguém conseguia, toda a minha atenção, enorme e restrita a ti.
Sinto-te às vezes como um erro que tento apagar mas que já está tão marcado que nenhuma borracha apaga e ao mesmo tempo sinto-te como uma fuga para os problemas do dia-a-dia que me traz paz, conforto e alegria. Não gosto de monotonia por isso tento aceitar-nos assim, em segredo e com um brilho no olhar que eu sei que temos cada vez que por ironia do destino ou não nos encontramos por aí.